Crónica Ralis...por Valter Martins

Já tinha saudades de vestir um fato de competição, calçar umas botas, pôr um capacete, etc,…

Afinal andei uns anos largos montado em grandes motas até que…

… Em 2010 pelas circunstâncias para que a vida nos atira, e que afinal também nos proporciona, voltei a vestir outro fato de competição, outras botas, outro capacete.

Desta vez, não com duas rodas, mas com quatro rodas, houve que arranjar um navegador, por acaso uma navegadora.

De motas para automóveis – uma mudança radical uma nova habituação, uma nova maneira de estar. Afinal uma boa surpresa!

Nas motas a pista dobra e desdobra, tornam-se cíclicos os movimentos, as travagens, as mudanças de caixa, as trajectórias, enfim, tudo é comigo, sou eu próprio o princípio, o centro e o fim da corrida. Tenho que pôr a “máquina” onde eu quero e dela tirar o rendimento ideal até à bandeira de xadrez.

Nos ralis tudo muda e tudo mudou.

Aqui, agora, não erro.

Se errar, somos dois – piloto e navegador – o carro não tem culpa.

Surpresa das surpresas, afinal não é tão difícil. Difícil é ouvirmos certas críticas e adjectivações.

Fácil é viver.

Afinal o cheiro das octanas é o mesmo e é saudável, e Barcelos fez-me ver e sentir quanto é fácil vencer, é preciso é querer.

No entanto, tenho é que admitir que o caminho começou agora, mas tenho a intenção de corrigir muitas “asneiras” assumidas, para que mais tarde não sejam “burrices” de rotina.

Barcelos será sempre uma marca. Marcou-me, porque ultrapassei aquilo que pensei e julguei ser possível fazer.

Superei tudo, graças ás gentes de Barcelos, graças á equipa de mecânicos que tentou fazer “milagres” e conseguiu com a adaptação que á última hora não se verificou ser tão eficaz, graças á navegadora que me aturou estes dias, enfim, graças a tanta boa gente.

Tenho saudades das motas, mas tenho a certeza que o “bichinho” dos ralis é para continuar, graças também aos patrocinadores que confiam nas nossas potencialidades.

Até ao Rota do Medronho ...!!! :)